Como categorizar uma vulnerabilidade em cibersegurança

A categorização de uma vulnerabilidade é um processo essencial para que equipes de segurança entendam, priorizem e respondam de forma eficaz a falhas que podem ser exploradas por cibercriminosos. Vai muito além de apenas “encontrar uma falha”: trata-se de classificar sua gravidade, seu potencial de exploração e seu impacto no negócio.

Por que a categorização é importante?

Com o aumento do número de vulnerabilidades descobertas diariamente, seja por meio de pentests, Red Team ou programas de bug bounty, torna-se inviável tratar todas com a mesma urgência. Por isso, a categorização permite que equipes concentrem esforços naquilo que realmente importa: falhas com alto risco para o negócio.

Como funciona a categorização na prática

O processo geralmente segue cinco etapas principais:

1. Identificação

A vulnerabilidade é descoberta através de atividades como testes de intrusão, análises de segurança ou contribuições externas. Essa é a base para todo o processo de categorização.

2. Classificação

Aqui a falha é classificada conforme seu tipo, utilizando referências como:

  • OWASP Top 10 (ex: Injeção, Quebra de Autenticação, Exposição de Dados)
  • CWE (Common Weakness Enumeration), que fornece uma taxonomia detalhada de fraquezas conhecidas.

3. Avaliação de severidade

Para entender o risco real da vulnerabilidade, três elementos são considerados:

  • Gravidade: Utilização de métricas como CVSS ou OWASP Risk Rating.
  • Impacto: Análise de danos potenciais à confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados, com apoio de frameworks como SSVC.
  • Probabilidade de exploração: Uso do EPSS para estimar a chance de a falha ser explorada com base em dados reais.

4. Priorização

Nem toda vulnerabilidade crítica precisa ser corrigida primeiro. Com RBVM (Risk-Based Vulnerability Management), a priorização é feita levando em conta o contexto do ativo vulnerável e as ameaças do ambiente. Na prática, isso significa que a classificação de uma vulnerabilidade não pode ser tratada de forma genérica: cada falha deve ser avaliada considerando o ambiente onde está inserida, sua função no negócio e o perfil da empresa. Uma vulnerabilidade crítica para um setor financeiro pode ter impacto irrelevante em outro cenário, como uma aplicação interna de testes.

5. Registro

Vulnerabilidades amplamente reconhecidas recebem um identificador CVE (Common Vulnerabilities and Exposures), facilitando a comunicação global e o compartilhamento de informações técnicas. No entanto, muitas falhas comuns, especialmente aquelas ligadas a más configurações, exposições indevidas ou implementações específicas, não possuem um CVE. Nesses casos, a documentação interna detalhada e o uso de classificações como CWE são essenciais para garantir que essas falhas não sejam ignoradas. A ausência de um CVE não diminui a relevância ou o risco de uma vulnerabilidade, por isso, a análise contextual continua sendo fundamental.

Categorização vai além da pontuação

O uso de frameworks e estruturas de categorização padronizadas garante que as decisões sejam tomadas com base em dados objetivos e contexto real. Mas segurança de verdade exige mais que seguir modelos. Na HackerSec, acreditamos que a categorização de vulnerabilidades precisa refletir a realidade específica de cada empresa.

É por isso que personalizamos nossa análise considerando ambiente, setor, ativos críticos e o cenário de ameaça mais provável. A categorização precisa ser contínua, dinâmica e conectada ao risco real, porque uma falha crítica em uma organização pode ser irrelevante em outra. Segurança eficaz é segurança contextualizada.

A HackerSec é especialista em testes ofensivos, gestão de vulnerabilidades e uma ofensiva contínua. Para conhecer como ajudamos organizações a transformar dados em decisões inteligentes, acesse: https://hackersec.com/empresas

Leia mais na mesma categoria:

Aplicações WebAplicativos MobileBlogInteligência ArtificialRed Team